GAMIFICAÇÃO
Como a lógica dos jogos pode te ajudar a resolver problemas?
Entenda o que é gamification e veja algumas dicas para aplicar o conceito no contexto educacional.
Gamification, ou gamificação, consiste em usar técnicas, estratégias e o design de games em outros contextos que não sejam esses próprios games. É trazer o jogo para a realidade e com isso impactar pontos como engajamento, produtividade, foco, determinação e outros, tornando mais simples atingir metas e objetivos em qualquer contexto.
Por meio do gamification, é possível transformar rotinas de trabalho ou estudo e fazer com que as pessoas se sintam mais inclinadas a se dedicar às tarefas e desafios que cada situação exige.
Segundo uma estimativa da Gartner, até 2018, a gamificação será um mercado de mais de 5 bilhões de dólares no mundo todo e até 2020, 70% das maiores empresas do mundo terão pelo menos uma aplicação que utiliza esse conceito e ele será algo fundamental.
Tendo tudo isso em mente, uma pergunta começa a incomodar: Por que hoje se gasta tanto tempo com jogos de forma espontânea e determinada, mas se tem tanta dificuldade quando é necessário se dedicar a outras tarefas que, aparentemente exigem o mesmo esforço, como estudar ou buscar conhecimentos que serão importantes para a vida ou carreira?
A resposta para isso pode parecer óbvia, mas, incrivelmente, ela não se resume ao fator diversão.
De acordo com especialistas, a experiência com os games vai muito além do fator entretenimento e passa por outros pontos básicos, como a necessidade de competição, que é inerente a todo ser humano, os feedbacks instantâneos, a possibilidade de evolução rápida, e também a busca por recompensas e prêmios tangíveis. A criação de comunidades e o senso de urgência trabalhado nos games também é algo que incentiva que se continue jogando e torna possível que os objetivos sejam atingidos.
Competitividade e recompensas
Dentro de um game, os desafios estão presentes o tempo todo e você quer, de todo jeito mostrar que é melhor do que a máquina ou seus amigos jogadores. E por que? Por mera competitividade. A busca por competição é algo natural do ser humano e a maioria das pessoas se sente extremamente realizada de poder se afirmar como a melhor ou mais poderosa em alguma coisa. E o melhor é que nos games essa competitividade rende prêmios, reconhecimento e itens valiosos que você sabe que estarão disponíveis e que vão facilitar sua caminhada durante o jogo.
Superação
Para superar cada desafio, você precisa dar o máximo de si, pois eles exigirão o uso e domínio das habilidades mais extremas que você adquiriu em seu percurso e é isso que faz cada vitória ser tão prazerosa. Em pontos estratégicos dos jogos, você acha que realmente não vai conseguir avançar e que determinada tarefa exige mais competências do que as que você já tem, como algo além da imaginação. Porém, com esforço é possível superar esses desafios e então os jogadores tem o que Jane chama de vitórias épicas, que contrariam todas as expectativas e, por isso, geram ainda mais satisfação.
Feedbacks e evolução rápidos
Além do mais, em um game, você recebe feedbacks o tempo todo e, com isso, vai aprendendo o que deve ou não fazer e consegue evoluir rapidamente. Se você faz algo certo, instantaneamente recebe as congratulações e recompensas, porém se faz algo errado, é “castigado” e perde vida, pontos, ou precisa voltar a um estágio anterior. Esse sistema facilita a evolução do jogador, o deixa mais atento aos obstáculos e determinado a conseguir superá-los, sabendo em que precisa melhorar ou quais são seus pontos fortes.
E no dia-a-dia…
Enquanto isso, nas tarefas da vida real, o avanço é quase sempre mais lento, as recompensas são intangíveis e geralmente vem em longo prazo, não há reconhecimento por cada fase que você passa, e a evolução, assim como os feedbacks recebidos, é lenta e, algumas vezes, nem sentida. No mundo real, normalmente é muito mais difícil saber quando você está no caminho certo para atingir um objetivo e não há nenhuma certeza que ele realmente será alcançado. Falta a sensação da vitória épica.
Por isso, investir em gamification ou gamificação, é tão eficiente em diferentes contextos. Mais do que uma ótima forma de fazer com que as pessoas se engajem com determinada situação, gamification oferece incentivos para que elas se sintam empolgadas para realizar uma ação ou progredir com uma tarefa.
A lógica dos games
Verificando todas esses fatores, a lógica dos games tem sido aplicada em diferentes contextos e gerado benefícios para as organizações e nos últimos anos ganhou ainda mais destaque e relevância, principalmente depois de 2010, quando a designer de games Jane McGonigal deu uma palestra histórica no TED Talks sobre o tema. Se você ainda não viu seu discurso, intitulado “Jogando por um mundo melhor”, vale muito a pena dar o play no vídeo abaixo – e se você já viu, vale a pena mesmo assim!
Gaming can make a better world | Jane McGonigal
Gamification na
Educação
Gamification na educação!
Gamification na educação, ou gamification na aprendizagem, é descrito às vezes usando outros termos: pensamento gameful, princípios do jogo para a instrução, projeto da motivação, projeto do acoplamento, etc. É diferente da aprendizagem jogo-baseada em que não envolve estudantes que fazem seus próprios Jogos ou jogos de vídeo comercialmente feitos. Ele opera sob o pressuposto de que o tipo de engajamento que os jogadores experimentam com os jogos pode ser traduzido para um contexto educacional para os objetivos de facilitar a aprendizagem e influenciar o comportamento do aluno. Como os jogadores gastam voluntariamente inúmeras horas jogando e resolvendo problemas, pesquisadores e educadores têm explorado maneiras de aproveitar o poder dos videogames para motivação e aplicá-lo à sala de aula.
Elementos do Jogo
A gamificação no aprendizado envolve a incorporação de elementos do jogo para motivar os alunos. Alguns destes elementos incluem o seguinte:
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Narrativa
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Retorno imediato
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Diversão
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"Aprendizagem de andaimes" com desafios que aumentam
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Domínio (por exemplo, na forma de nivelamento)
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Indicadores de progresso (por exemplo, através de pontos / emblemas / tabelas de classificação, também chamados PBLs)
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Conexão social
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Controle do player
Uma sala de aula que contém alguns ou todos esses elementos pode ser considerada uma sala de aula "gamificada". As melhores combinações, aquelas que criam um compromisso contínuo, consideram as necessidades únicas dos alunos e fazem mais do que apenas usar pontos e níveis para motivar os jogadores. Os sistemas de gamificação mais eficazes utilizam outros elementos, como a narrativa e a conexão com outros jogadores / aprendizes, para realmente captar o interesse do aluno.
Benefícios da Gamificação na Educação
A gamificação na educação oferece muitos benefícios possíveis, incluindo os seguintes:
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Os alunos sentem a propriedade sobre a sua aprendizagem
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Atmosfera mais relaxada em relação ao fracasso, já que os alunos podem simplesmente tentar novamente
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Mais diversão na sala de aula
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A aprendizagem torna-se visível através de indicadores de progresso
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Os alunos podem descobrir motivação intrínseca para aprender
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Os alunos podem explorar diferentes identidades através de diferentes avatares / personagens
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Os alunos muitas vezes são mais confortáveis em ambientes de jogos
Aplicação
Há três maneiras principais que gamification pode ser aplicado a um ambiente de aprendizagem. Estes incluem a adaptação de notas, mudando a linguagem da sala de aula, e modificando a estrutura da classe. Em vez de usar apenas as notas de letra, pode haver uma escada de pontos de experiência (XP) que o aluno sobe. Esses XP podem então traduzir para graus de letra que são atribuídos com base em quantos XP cada aluno acumulou. Com relação à mudança da linguagem que é usada na sala de aula, concluir uma tarefa pode ser referido como "embarcar em uma quest". Para gamificar a estrutura da sala de aula, um professor pode organizar os alunos em "guildas" ou "ligas" que Trabalhar juntos para completar quests e acumular pontos. Uma narrativa estrutural também pode funcionar como um forte motivador e como reforço para o material de aprendizagem, Especialmente se a narrativa se encaixa o conteúdo de aprendizagem. Uma unidade sobre a geografia mundial, por exemplo, pode dividir os alunos em equipes de exploradores que cada um é atribuído um país para "explorar" e relatar.
Para obter mais informações, consulte:
Na Gamificação da Aprendizagem e da Instrução, Karl Kapp define e elucida o conceito de gamificação e apresenta vários exemplos de gamificação no trabalho na educação. Este livro é um guia de porcas-e-parafusos excelente que é fundamentado em pesquisa sólida e serviria educadores interessados neste tópico bem.
Rules of Play é um livro escrito por Katie Salen, designer da escola pública NY Quest to Learn, e Eric Zimmerman. Apresentando jogos através de uma série de dezoito "esquemas de projeto de jogo", este livro é um excelente primário para qualquer pessoa interessada em princípios de design de jogo que sem dúvida seria valioso para contextos não-jogo.
Gamification Research Network - Uma comunidade de pesquisadores de gamificação, com notícias, artigos e outros recursos.
Gamificação na Educação: O quê, como, por que incomodar? Por Joey J. Lee e Jessica Hammer. Um bom resumo das questões envolvendo a gamificação na educação.